Há cada três dias um jovem é assassinado no Amapá, afirma presidente da CDH da Câmara

por danielle.duarte — publicado 08/04/2017 16h10, última modificação 08/04/2017 16h10

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores, Caetano Bentes, disse que não há muito o que comemorar neste 30 de março, quando é celebrado o Dia Mundial da Juventude. Para ele, se nos anos 80 e 90 o grande desafio da juventude era se inserir no mercado e não abandonar os estudos, o desafio deste século é simplesmente sobreviver.

Segundo Bentes, a violência é um dos problemas mais graves e presentes na vida dos amapaenses. Mas para a parcela de jovens da população, esse problema toma proporções de tragédia. Segundo os dados do estudo Mapa da Violência 2015: adolescentes de 16 e 17 anos do Brasil, as mortes de jovens por causas naturais diminuíram significativamente desde a década de 1980, em contraste com o aumento por causas não naturais, entre as quais se destaca a disparada no número de mortes por homicídios.

Embora o estudo revele que o Amapá apareça como um dos estados em que a morte de jovens reduziu, Caetano afirma que os números são ainda muito tímidos. Em 2005 foram 112 jovens amapaenses assassinados. Em 2015 esse número caiu para 99, mas dados não oficiais contabilizam mais de 100 óbitos em 2016.

Há duas semanas o vereador promoveu uma audiência pública onde a questão dos moradores de rua foi discutida, Pelo menos uma em cada quatro pessoas que moram nas ruas são jovens entre 17 e 30 anos. No caso dos homicídios, metade das mortes tem relação com drogas ou consumo de álcool.

“Não podemos ficar inertes. Esse é um problema que envolve todas as esferas de poder. Pelo menos na Câmara, não me calarei”, afirmou Bentes.

Gabinete Vereador Caetano Bentes
Texto: José Marques Jardim